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sábado, 16 de julho de 2011

Conversa da Madrugada

Achei uma crônica muito interessante sobre o Tacacá e resolver postá-la, pois o Tacacá só me traz lembranças boas de minha infância...



O TACACÁ por Vera Mogilka

"O tacacá, toma-se? bebe-se? sorve-se? saboreia-se? Não, O tacacá deseja-se, de repente, como se deseja uma mulher, como se deseja retornar ao amor da adolescência.

O tacacá possui o toque agudo da saudade. A memória de seu sabor salgado e ardente assalta-nos sem aviso, em pleno dia, em determinadas horas de distração. Naquele momento involuntário de repouso quando, por fim ao cair da tarde sobre o rio, respiramos. Certo e pequeno instante, dezenas de sugestões cruzam a mente. Todos os atos gratuitos e cheios de graça da vida: uma criança correndo na grama, braços em repouso e um regaço, mãe amamentando o filho, avião acendendo e apagando as luzes na bruma da noite, navio singrando a baía, luar úmido sobre igarapés - vontade de tomar tacacá. Desejo de tacacá. Porque, para tomá-lo, é preciso, antes de tudo, um ritual.

É preciso que seja ao anoitecer. Ainda não de todo noite completa; ainda não dia findo. Àquela hora semi-crepuscular, indecisa e feminina quando, por fim, o céu se envolve de um azul-cinzento intenso ou aquela chuva antes da saída da lua. É preciso que estejamos cansados, tão fatigados que nada nos afigure mais necessá rio, naquele momento, do que tomar um tacacá. Nem o bate-papo informal com o amigo. Nem o café no Central. Nem o olhar à mulher que passa. Apenas, a pro cura, a única procura por um tacacá, com pouca pimenta ou muita e bem quente.

Depois, é preciso que haja um banco. Tacacá toma-se sentado para que o corpo repouse e possa se entregar completamente ao prazer de saboreá-lo. Porque o tacacá é extremamente absorvente. Quando bem feito, o que ocorre pouco. Pois fazê-lo e tomá-lo é uma arte. É preciso, também, que a noite desponte ao chegarmos junto ao carrinho de tacacá. E comece a chover, levemente. Faça algo de frio, algo de úmido. O que não é difícil em Belém.

Depois, como estamos cansados e queremos esquecer, esperamos. Uma paciência longa e calma, até que a dona do tacacá termine por prepará-lo. De preferência que seja em Nazaré ou olhando a Igreja da Trindade. É preciso que o tucupi seja leve, amarelo-canário e novo. Que a goma bóie no líquido, espalhada por acaso e se mostre apenas por alguns instantes; que não haja muita folha; que os três ou quatro camarões sejam médios, nem grandes demais ou minúsculo e somente uma parte deles apareça, a ligeira carne rósea a deixar-se entrever, adivinhar-se na cuia olorosa. Depois, é preciso que haja sal e pimenta de cheiro, mas não em demasia; o suficiente para nos queimar a alma nos primeiros goles e reanimar o corpo; então renascemos para a noite e a alegria novamente nos habita. O suficiente apenas para desvanecer seu fervor após esses primeiros goles e tornar-se depois, uma presença quente, já quase uma memória, na ponta da língua.

É preciso saber tomar o tacacá. Aos primeiros sorvos integralmente seu calor, sua salinidade, seu gosto de mar quente, de arbusto e molusco que os lábios experimentam fugidiamente. É preciso que o jambu e os camarões pousem lentamente no fundo da cuia e venham à boca, por si mesmos, sem o auxílio dos dedos. É necessário que não sejamos interrompidos. Apenas um aceno de cabeça aos conhecidos que passam. Um filtro mágico que se bebe em silêncio e solidão. Somente a comunicação imperceptível com a tacacazeira: feiticeira moderna numa terra onde as lendas ainda sobrevivem em um mundo que se materializa inexoravelmente.

Chegados ao fim do tacacá, é preciso que o mesmo ainda se conserve morno, assim como o fim de um amor. Jamais frio. Não existe nada pior do que um tacacá frio. É como champanhe sem gelo. Neste momento tomaremos contacto real com as grandes porções maternais de goma penetradas pelo tucupi e pela amargura das folhas. Há sempre um gato gordíssimo perto do carro de uma tacacazeira. Ele comerá,
displicentemente, as cascas de camarão que atirarmos ao chão. A cuia está vazia.

Agora, o mais importante: jamais repetir o tacacá, na mesma noite. A segunda cuia nunca devolverá o sabor da primeira. O primeiro tacacá daquele dia é único, autêntico, original, insubstituível como o gosto do primeiro beijo. Como a primeira entrega de amor. Porque os tecidos de nosso cansaço e de nossos desejos são satis feitos. Porque foi necessário todo um dia infrutífero e todo um sol de toda uma chuva para alcançá-la. Todo o equívoco das relações humanas, toda a falta de solidariedade, de cortesia, de amizade e de comunicação com os outros.

A decep ção será fatal se arriscarmos um segundo, fiéis à gula. É preciso permitir-se um resto de fome, um resto de desejo para o dia seguinte, um resto de tristeza intransferível. Quando a baía abrir suas margens de musgo para recolher as asas do dia; quando a lua surgir em seu halo de chuva; quando chegarmos ao fim de nossas tarefas cotidianas, então, novamente, sentiremos na ponta da língua a subtaneidade acre do tucupi. Paraenses, não vos espanteis com essa narrativa. O que, para vós é banal e acessí vel desde a infância, para um sulista é um mistério, uma surpresa e um inédito prazer. Muito comum é o visitante de outro Estado que vem a Belém pela primeira vez e olha, desconfiado, aquele grupo de pessoas ao redor de um carro de tacacá. Os movimentos das mãos da tacacazeira lavando as cuias e servindo-as, Os utensílios tos cos, rudimentares. O turista, cheio de suspeitas e de teorias anticépticas, recusa-se a prová-la com argumentos de falta de higiene. Procura máquinas a vapor que sequem automaticamente as cuias. Busca torneiras reluzentes de onde jorre um tucupi sintético e insosso; e só encontra aquela magia indígena, obscura, incons ciente perante a qual recua porque seu coração não possui mais raízes fixas no mistério da natureza. Porque não é mais um homem natural.

Paraenses, vós desconheceis vossas próprias riquezas. Dia chegará a que o gi gante levantará a grande cabeça de florestas de seu berço esplêndido e o Brasil será redescoberto (não mais pelos portugueses). O tacacá deixará de ser um usufruto particular e banal. E, em clima frio e chuvoso como o de São Paulo será servido à noite, entre centenas de sessões de cinemas super luxuosos. Milhares de tacacás industrializados, produzidos por intrincados mecanismos de alumínio e aço. E o mistério amazônico perder-se-á para sempre. Será recolhido ao coração de alguma floresta ainda virgem, porém, impenetrável e densa. Lá onde os homens não possam mais capturá-lo e bebê-lo, distraidamente, sem amor e sem ritos. Lá onde, enfim, seu selvagem sabor repouse intacto e inacessível no bojo do tempo."

- Crônica publicada dia 16 de fevereiro de 1964, no jornal "A Província do Pará" , editado diariamente em Belém do Pará.

- VERA MOGILKA, turista gaúcha, retratou de modo interessante o Tacacá em diversos dos seus aspectos.

Esta crônica foi transcrita no livro “A mandioca na Amazônia”, de autoria do engenheiro agrônomo Milton Albuquerque, pesquisador do Instituto Agronômico do Norte, hoje Embrapa, em Belém do Pará, em 1966.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Conversa do dia

Bom gente... hj irei postar um bolo que adoro e que não leva farinha de trigo e que parece um Petit Gâteau... ele é MA-RA-VI-LHO-SO.. rsrsrsr
Fofinho, macio e saboroso, pode ser servido acompanhado por uma bola de sorvete de creme, pistache, morango ou creme de chantilly, se preferir. De qualquer jeito, ele é delicioso...


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Conversa de jantar

Bom meus amigos... no jantarzinho pede-se uma refeição mais leve e que tal uma pela salada com vários tipos de folhas?



Conversa de Almoço

Gente... vocês não tem noção o que eu almocei hoje... GALO!!!
Isso mesmo, comi galo no almoço e como ele ficou saboroso "demais da conta" (como dizem os meus amigos mineiros... rsrsrrs).





Então la vai a receita de hoje:
Galo ao Molho de Açafrão da Terra

Ingradientes:
2 colheres de banha de porco fria
4 cabeças de alho macho amassadas
1 colher de café de açafrão
1 cebola grande picada grosseiramente
1 pimentão pequeno picado grosseiramente
1 tomate sem sementes picado grosseiramente
1/2 galo grande cortado em pedaços, limpo e aferventado
1 colher de sobremesa de Chimichurri 
Sal e pimenta do reino à gosto
2 pimentas de cheiro picadinhas.

Modo de Preparo: em uma panela de ferro, acrescentar a banha e deixá-la disolver. Acrescentar o alho e o açafrão para fritar um pouco. Em seguida, acrescentar a cebola, o pimentão e o tomate e deixar-los refogar bem. Na sequência, acrescentar o galo e deixá-lo fritar até dourar, acrescentando água aos poucos para n grudar na panela. Acrescentar o chimichurri, misturar bem e deixar refogar.
Quando estiver douradinho, colocar água na panela quase cobrindo o galo. Misturar para que o molho se encorpore. Passar para uma panela de pressão e deixá-lo cozinha por cerca de 40 minutos ou até que o galo esteja bem macio. Verificar o sal e a pimenta do reino. Acrescentar as pimentas de cheiro. Deixar cozinhar por mais 10 minutos depois que acrescentar as pimentas de cheiro.
Sirva quente.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conversa de Almoço

Oi galera... esse Quiche ficou delicioso... aproveitem e anotem a receita. Façam no almoço do final de semana... convidem os amigos e se deliciem....

 
Fiz no almoço de hoje... hummmm... como ficou gostoso!!!!
Fácil, simples e muito saborosa... e feita no Microondas!!!

Quiche ao Creme de Frango Cremoso

Ingredientes da Massa:
1 e 1/2 xícaras de chá de farinha de trigo
2 gemas
1/2 xícara de chá de manteiga
2 colheres de sopa de água
1colher de chá de sal

Ingredientes para o Creme:
1 colher de sopa de manteiga
1 cebola ralada
2 dentes de alho amassados
1 tomate sem sementes picado
1 lata de milho
100g de azeitonas picadas
250g de peito de frango desfiado
200ml de leite
1 colher de sopa de amido
1 ovo e uma clara misturados
coentro, sal e pimenta do reino à gosto
1 colher de sopa de azeite extra virgem
Queijo parmesão à gosto para finalizar

Modo de Preparo:
Massa: em um refratário, peneire a farinha de trigo e o sal. Adicione as gemas, a manteiga e a água. Misture, com as pontas dos dedos até obter uma massa homogênea. Cubra-a com filme plástico e deixe-a descansar na geladeira por 15 minutos.
Recheio: em uma panela, acrescente a manteiga para refogar a cebola, o alho e o tomate. Em seguida, acrescente o milho, as azeitonas e o frango desfiado. Deixe refogar por 2 minutos. Acrescente o leite junto ao amido e deixe cozinhar por alguns minutos até virar um creme. Acrescente os ovos e misture rapidamente até obter um creme homogêneo. Acrescente o coentro, o sal, a pimenta do reino e o azeite.

Montagem:
Abra a massa com a ponta dos dedos em um refratário, próprio para microondas, de maneira que cubra todo o fundo e as laterais. Com o auxílio de um garfo, faça furos de maneira uniforme em toda a massa. Leve ao microondas por 5 minutos para assar.
Em seguida, despeje o creme sobre a massar e salpique queijo parmesão sobre o creme e leve-o novamente ao microondas por 12 minutos e caso o seu  microondas tenha o item DOURAR PRATOS, coloque-o por 7 minutos. Retire do microondas e sirva quente ou frio.

domingo, 10 de julho de 2011

Conversa da Madrugada

Bom dia!

Hoje será o meu primeiro dia de muitos que virão, postando novidades ou nem sempre, do meu maravilhoso mundo que se chama gastronomia.
Resolvi então, montar esse blog para expor todo o amor que tenho pelos sabores, aromas, texturas e enfim, tudo que envolve essa magia e a arte dentro de uma cozinha.

Espero que vocês gostem do de irão ler e conhecer dentro do meu mundo gastronômico!!!

Bem vindos "Giselleados" ;*****